Dia do Herói Nacional





17 de Setembro
Dia do Herói Nacional
Dia do Herói Nacional | Recordemos o Dr. António Agostinho Neto



O nascimento do fundador e primeiro presidente da República de Angola, António Agostinho Neto, por isso é considerado Dia do Herói Nacional, devido ao seu contributo na luta armada contra o colonialismo português e pela conquista da independência nacional.

O dia, instituído feriado nacional em 1980 pela então Assembleia do Povo, um ano após o seu falecimento, em 10 de Setembro de 1979 na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, deve-se, também, ao reconhecimento do seu empenho na libertação de Angola, em particular, e do continente africano.

Fruto da sua entrega à causa libertadora dos povos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igualmente à independência, assim como contribuiu para o fim do Apartheid na África do Sul.

Agostinho Neto foi também um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, arma para a denúncia dos opressores, instrumentos para a reconstrução da nova vida.


Dotado de um invulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agostinho Neto, até a hora do seu desaparecimento físico, foi incansável na sua participação pessoal para resolução de todos os problemas relacionados com a vida do partido, do povo e do Estado.


A Agostinho Neto também se lhe reconhece o grande empenho na luta para a erradicação do analfabetismo, ao lançar a “Campanha Nacional de Alfabetização, em 1979”.

Ainda em reconhecimento à figura do fundador da Nação angolana, estão erguidas em vários pontos do país estátuas, que simbolizam os seus feitos e legados, marcado pelas suas máximas “De Cabinda ao Cunene um só povo e uma só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”.

Nascido em 17 de Setembro de 1922, na localidade de Kaxicane, município do Icolo e Bengo, António Agostinho Neto faleceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença.

Médico e estadista, proclamou a independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, depois de longos anos de colonização portuguesa.

O acto central do 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional, realiza-se em Luanda, capital da República de Angola.

O programa contempla várias actividades de carácter político, social, cultural, recreativo, desportivo e religioso, para saudar a efeméride.


A chegada de Agostinho Neto a Luanda





1922 – As cinco horas do dia dezassete de Setembro nasce Agostinho Neto em Kaxicane, freguesia de S. José, conselho de Icolo e Bengo, Distrito de Luanda, filho de Agostinho Neto, catequista de Missão americana em Luanda, sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos, e de Maria d Silva Neto, professora.



Familia de Agostinho Neto



1934 – A dez de Junho obtém o certificado da escola primária, que frequentou em Luanda.

1937 – Os seus pais mudam-se para Luanda, onde Agostinho Neto prossegue os seus estudos secundários no Liceu Salvador Correia.

1944 – Completa o 7º ano dos Liceus, obtido no Liceu Salvador Correia, de Luanda.

-Sendo funcionário dos serviços de saúde deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina de Coimbra.

-Integra-se e participa nas actividades sociais, politicas e culturais da secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, com sede em Lisboa, que esteve sob o regime compulsivo de “direcção administrativa” (nomeada pelo Governo) desde 1951 até 1957.

1947 – Surge o grupo que actua sob o lema “vamos Descobrir Angola”, que dá origem ao Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola de que Agostinho Neto foi elemento integrante, embora vivendo em Portugal.

1948 – É concedida a Agostinho Neto uma bolsa de estudos pelos Metodistas americanos.

- Transfere a sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde passa a residir e onde continua a sua actividade cultural e politica no seio da Casa dos Estudantes do Império.

- Funda em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque a revista Momento, na qual colabora.

1950 – Publicação em Luanda, da revista Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, de que se publicaram 4 números (2 cadernos, sendo o ultimo em 1952, no qual Agostinho Neto colabora).

- Preso pela PIDE, em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a conferência Mundial da Paz de Estocolmo ficando encarcerado durante três meses.


Fotos de Agostinho Neto feitas pela PIDE


- Em Lisboa, Agostinho neto, de parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandestinamente o Centro de estudos Africanos, que tinham finalidades culturais e políticas orientadas para a afirmação da nacionalidade africana.

1951 – Representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD – Juvenil (Movimento de unidade democrática – Juvenil) português.

- Novamente preso pela PIDE, em Lisboa.

1951 – As autoridades policiais acabam com o centro de Estudos Africanos, fundado no ano anterior.

- Em Lisboa, “com trabalhadores marítimos angolanos funda o Club Marítimo Africano, correia de transmissão entre os patriotas angolanos que se encontravam em Portugal e os que, em Angola, preparavam os Alicerces do movimento de libertação”.

1955 – Preso no mês de Fevereiro e, posteriormente, condenado a dezoito meses de prisão.

1956 – Uma petição internacional circula nos meios intelectuais a pedir a sua libertação que, em França é assinada por nomes altamente prestigiados, como aragon, Simone de Beauvoir, François Mariac, Jean-paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillé

-Em Setembro realiza-se em paris o 1º congresso de escritores e Artistas Negros, no qual participaram escritores das colónias portuguesas, tais com Marcelino dos Santos, e onde foi lamentada a ausência de Agostinho Neto.

- A 10 de Dezembro funda-se o MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, a partir da fusão de vários movimentos patrióticos, encontrando-se Agostinho neto, nessa data, nas prisões de Lisboa.

1957 – Solto das prisões da PIDE no mês de Julho.

1958 – A 27 de Outubro é licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa e no mesmo dia casa com Maria Eugenia Neto.

-Toma parte na fundação do Movimento Anticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revolucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guine, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe.

1959 – A 29 de Março, em Luanda, efectuam-se prisões massivas de nacionalistas proeminentes e assiste-se a uma escalada de terror policial.

- Em Julho irrompe novas escaladas de terror, mais prisões massivas e sequentes julgamentos em que são aplicadas penas severas aos militantes do MPLA

- Nasce em Lisboa, o seu primeiro filho, Mário Jorge Neto aos 9/11/58

- A 22 de Dezembro, de 1959 acompanhado da mulher e do filho Mário Jorge, de tenra idade, deixa Lisboa regressando a Luanda, onde abre um consultório médico.

- Agostinho neto ocupa a chefia do MPLA, em território angolano.

1960 – Eleito Presidente Honorário do MPLA.

- 8 De Junho de 1960 é preso em Luanda. As manifestações de solidariedade diante do seu consultório médico e na sua aldeia são esmagadas pela polícia. Transita para cadeia do Algarve em Portugal, Pouco depois é deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na Vila de Ponta do Sol, ilha de Santo Antão; depois transita para Santiago até Outubro de 1962.

1961 – A 4 de Fevereiro é desencadeada a luta armada pelo MPLA, com assalto as cadeias de Luanda, seguindo-se uma forte repressão.

- A 5 de Fevereiro realiza-se o funeral dos policias mortos durante os ataques as prisões de Luanda e urdem-se pretextos para um massacre sobre os patriotas angolanos. – Agostinho Neto é preso na cidade da Praia, ilha de Santiago, Cabo verde e é transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa, onde deu entrada a 17 de Outubro de 1962.

1961 – Campanha internacional em prol da libertação de Agostinho Neto. A revista Présence Africaine dedica um número especial a Angola e condena severamente as autoridades fascistas portuguesas, expondo o receio pela vida dos prisioneiros, incluindo Agostinho neto, formulando um apelo universal contra os torturadores da PIDE.

- The Times publica manifestações de protesto contra a prisão de Agostinho Neto, assinadas por figuras de mais elevada craveira intelectual, como o historiador Basil Davidson; os romancistas – Day Lewis, Doris Lessing, Iris Murdoch, angus Wilson, Alan Silitoe; o poeta Jonh wain; o crítico de teatro inglês Kermeth Tynan; os dramaturgos jonh Osborne e Arnold Wesker

- A propósito da resposta inaceitável por parte das entidades portuguesas à denúncia feita por aqueles intelectuais, estes desencadeiam novo e veemente protesto.

- A peguin Books edita o livro Persecution 1961, da autoria de Peter Benenson, de

nunciado a situação de nove prisioneiros políticos, entre eles Agostinho Neto, através de artigos para a Imprensa e em carta para a embaixada de Portugal, solicitando os cuidados urgentes, para melhorar a situação de saúde de Agostinho Neto, que se temia pudesse tuberculizar.

- Fica preso nas prisões do Aljube, em Lisboa, até Março de 1963.

- Solto das prisões, em Lisboa, com residência fixa na capital portuguesa. Em Junho de 1963 vade-se de Portugal com sua mulher Maria Eugenia Neto e os filhos, Mário Jorge e Irene Alexandra, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha a sua sede Exterior.

- Eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.

1963 – O MPLA instala-se em Brazaville em consequência da sua expulsão do Congo (R. do Zaire) que passou a dar o apoio total a FNLA.

- Abertura de uma frente em Cabinda – a Segunda Região politica – Militar.

1966 – Abertura de nova frente no Leste de Angola – a Terceira Região

1968 – Transfere a sua família para Dar-es-Salaam onde continuará até 1975.

1970 – Galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores afro-asiático.

1974 – A guerra nas colónias, componente determinante, conduz a Revolução dos Capitães, em Portugal, a 25 de Abril.

- Apenas em Outubro o novo regime português reconhece o direito das colónias a independência, após que o MPLA assina o cessar-fogo.

1975 – Em 4 de Fevereiro regressa a Luanda. – Está presente no encontro de Alvor, em Portugal, onde é acordado estabelecer um “governo de transição” que inclui o MPLA, Portugal, FNLA e

UNITA.- È recebido pela associação Portuguesa de Escritores, na sua sede em Lisboa, que assim o quis homenagear, sendo presidente José Gomes Ferreira e vice-presidente Manuel Ferreira. Acompanhado de sua mulher, Agostinho Neto agradece as saudações que lhe foram dirigidas por José Gomes Ferreira, e apela para que os escritores portugueses continuem fiéis e interessados no processo revolucionário angolano.

- Em Março, a FNLA declara guerra ao MPLA e inicia o massacre da população de Luanda. Agostinho Neto lidera a resistência popular e apela a mobilização geral do povo para se opor à invasão do pais por forças estrangeiras, pelo Norte e pelo Sul, que procuram impedir o MPLA de proclamar a independência.

1975 – A 11 de Novembro é proclamado seu presidente, continuando Comandante-em-Chefe das forças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA.

- Membro fundador da União dos Escritores Angolanos, criada em 10 de Dezembro de 1975.

- Foi o primeiro Reitor da universidade Agostinho neto.

- Presidente da Assembleia Geral da União dos Escritores Angolanos, cargo que desempenhou até a data do seu falecimento.

- Reconhecimento da República popular de Angola por mais de uma centena de países.

1976 – O exército invasor Sul-Africano é expulso de Angola a 27 de Março.

1977 – Em 10 de Dezembro cria o MPLA – Partido do Trabalho

1979 – Preside à cerimónia do encerramento da 6ª Conferência dos Escritores Afro – Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho, proferindo o discurso de encerramento.

- A 10 de Setembro, Agostinho Neto falece em Moscovo.



Frente de Guerra


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